“Beba com moderação”. Certamente você já deve ter visto essa frase em diversas propagandas na mídia sobre bebidas alcoólicas. Mas, qual seria a maneira moderada de se consumir álcool? Existe um consumo saudável de substâncias alcoólicas?
Seguindo os indicativos que diferenciam e classificam o uso e dependência química, é possível sim consumir o álcool moderadamente. Há indivíduos que conseguem controlar o consumo de álcool, enquanto outros acabam desenvolvendo a dependência da substância. Alguns autores defendem que essa diferenciação se dá pela estrutura psíquica do sujeito, pelas tendências que ele apresenta, ou até mesmo pelo ambiente que ele convive. Não há uma opinião unânime, por isso é sempre importante estar atento aos critérios supracitados, para que não se desenvolva uma doença tão grave como a dependência.
No entanto, é preciso refletir se existe um consumo saudável de substâncias alcoólicas. Quando ingerimos o álcool, esta substância logo é absorvida pelo estômago e duodeno e cai rapidamente na corrente sanguínea. O álcool passará diversas vezes pelo fígado, pois a capacidade de este órgão metabolizar é limitada, embora constante. Especialistas na área, como o psiquiatra Ronaldo Laranjeira, afirmam que demora cerca de uma hora para o fígado metabolizar um copo de vinho – o que equivale a 50 ml de bebidas destiladas. Assim, se forem ingeridos cinco copos de vinho, o álcool ficará no corpo por cerca de cinco horas.
A cada passagem pelo fígado, o álcool é então parcialmente metabolizado, ou seja, as moléculas do álcool são em parte decompostas (tornando-se em moléculas de gás carbônico e água) e eliminadas pela urina, suor, hálito, etc. O restante da substância continua no corpo, exercendo seus efeitos em todo o organismo, passando algumas vezes pelo fígado até ser completamente eliminado. No entanto, se o fígado for continuamente exposto a longos períodos de ingestão do álcool, nem sempre conseguirá eliminar a substância sem ser lesado. No processo prolongado de metabolizar o álcool em gás carbônico, forma-se uma substância intermediária, denominada acetaldeído, que é mais tóxica e lesiva ao organismo como um todo do que o próprio álcool.
Quando chega ao cérebro, o álcool interage com diversos sistemas químicos, sendo os efeitos destas interações variáveis de pessoa para pessoa. De um modo geral, o álcool estimula o maior sistema inibitório cerebral – denominado GABA – e inibe o maior sistema estimulante do cérebro – denominado Glutamatérgico. Com isso, a pessoa tende a ficar mais relaxada, interagir mais ativamente com o ambiente, diminuindo assim a ansiedade social. A medida que o indivíduo aumenta a ingestão do álcool, esse relaxamento pode se tornar sonolência ou agressividade, variando com o sistema químico cerebral da pessoa e da quantidade ingerida da substância.
O álcool também age em alguns canais neuronais, como o canal de cálcio do subtipo L. Com isso, surgem alterações motoras como a incoordenação da marcha (andar), deficiência na atenção e na regulação do sono-vigília.
É importante ressaltar que as ações farmacológicas do álcool variam de organismo para organismo. Assim, uma pessoa pode sentir apenas um relaxamento com uma dose de bebida alcoólica, enquanto outra pode se sentir bem sonolenta. Entretanto, é certo que o álcool alterará os sistemas químicos do corpo, mesmo em pequenas doses. Em grandes quantidades, esta substância ocasiona importantes reações emocionais, psíquicas, físicas e mentais. Acima de tudo, o álcool também interfere em nossa comunicação com Deus, prejudicando nossa capacidade de ouvi-lo e refletir sobre Suas palavras.
Vida & Saúde
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