Psicólogas das periferias indicam rotina em casa e novas tarefas para lidar com quarentena
A Agência Mural ouviu profissionais sobre como manter a saúde mental nesse período de isolamento para evitar a propagação do coronavírus
Pensar em uma rotina e atividades em casa pode contribuir bastante neste momento de isolamento para evitar os riscos com a pandemia de coronavírus.
De repente, se dedicar àquelas tarefas que não tinham tempo para serem realizadas são algumas sugestões do coletivo A Bordar Espaço Terapêutico, formado por psicólogas no Grajaú, na zona sul de São Paulo.
Em São Paulo, desde a terça-feira (24), um decreto do governador João Doria (PSDB) determinou quarentena de 15 dias em todo o estado. Inicialmente, a medida vai até 7 de abril, e impõe o fechamento de estabelecimentos comerciais, com liberação apenas para os serviços essenciais, como alimentação, saúde, segurança pública e bancos.
A medida mudou boa parte da vida de 21 milhões de pessoas na Grande São Paulo. Para ajudar as pessoas nas periferias a lidarem melhor com este momento, a Agência Mural conversou com algumas especialistas de saúde mental nas periferias para ouvir quais as melhores maneiras de encarar a situação em casa.
ALGUNS CUIDADOS:
– Criar uma rotina para atividades em casa
– Manter os cuidados pessoais
– Praticar atividades de lazer.
– Evitar excesso de redes sociais
– Procurar fontes de notícias confiáveis para se informar
– Cultivar as relações afetivas através das tecnologias, como celular
– Dormir bem e seguir uma alimentação saudável
– Fazer algo que gere tranquilidade e relaxamento, como tomar sol no quintal
– Brincar com as crianças
– Seguir as recomendações das autoridades médicas, como lavar as mãos, higienizar alimentos, e quando indicado, manter o isolamento social dentro de casa
– Não sair de casa
Crédito: Arquivo PessoalPsicólogas falam de cuidados para estes dias de quarentena |
Grajauenses, Dayana Almeida, 25, Elânia Francisca, 35, Lidia Sena, 29 e Samara Monteiro, 28, compõe o grupo que presta serviço de saúde mental às mulheres das periferias.
É consenso entre as entrevistadas que as pessoas nas periferias são vítimas do descaso social, o que, segundo elas, impacta no modo de vida e cuidados das pessoas nas margens da cidade. Logo, quem consegue fazer o básico como ficar em casa já cumpre um papel importante.
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Dayana Almeida afirma que é preciso cuidado para não se basear em atividades realizadas por outras pessoas e achar que também consegue fazer na mesma velocidade. Ela pede para redobrar o cuidado ao tentar seguir o que é divulgado nas redes.
“Essa cobrança pode intensificar sensações de ansiedade, estresse e fortalecer alguma ideia distorcida que se tenha”, define. “Por exemplo, achar que é incompetente por não conseguir cumprir aos vários compromissos em um mesmo dia”, completa.
Lidia Sena defende que as pessoas pensem em alternativas dentro de suas condições. Uma forma é criar uma rotina de pequenas ações, que possam ser cumpridas até o final do dia. Depois disso, à medida que sentir necessidade de acrescentar novas tarefas, será mais natural.
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