sexta-feira, 1 de junho de 2012

Defesa foi cerceada, diz magistrado que cancelou audiência de Cachoeira


Quinze testemunhas e sete réus iriam depor nestas quinta e sexta em GO.
Desembargador Tourinho Neto concedeu liminar pedida por advogados.


O desembargador Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF 1), afirmou na tarde desta quinta-feira (31) que é preciso “garantir” que o bicheiro Carlinhos Cachoeira não tenha o direito de defesa cerceado.
Tourinho Neto concedeu a liminar (decisão provisória) que suspendeu as audiências de 15 testemunhas e sete réus do caso Cachoeira nestas quinta e sexta na Justiça Federal de Goiânia.
Ele explicou que tomou essa decisão porque, segundo afirmou, o bicheiro não teve acesso a provas e a audiências reservadas com os advogados. Cachoeira foi preso em fevereiro durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, e responde a processo, acusado de chefiar uma quadrilha que explorava o jogo ilegal em Goiás.
“Eu concedi a liminar porque realmente entendi que havia cerceamento de defesa, porque os advogados não puderam conversar isoladamente, reservadamente com o Cachoeira. Além do mais, havia provas que não estavam nos autos”, afirmou ao G1.
A Procuradoria da República da 1ª Região estuda se vai recorrer da decisão. Não há previsão para a realização da audiência.
“Isso vai depender do júri de lá de Goiás, para marcar a audiência obedecendo a decisão de ontem. Enquanto isso, Cachoeira continua preso lá na Papuda [presídio de Brasília]”, afirmou Tourinho Neto.
O desembargador também comentou sobre pedido da defesa de Cachoeira para anular as escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal nas investigações sobre a quadrilha de jogo ilegal que seria comandada pelo bicheiro.
Ele afirmou que analisará o caso “com cuidado”, pois a nulidade dos grampos poderá, segundo ele, prejudicar inteiramente o inquérito da PF no caso Cachoeira.
“Esse habeas corpus é mais complicado do que o pedido de liberdade, porque é para anular toda a prova colhida por interceptação telefônica. Esse eu tenho que estudar mais, porque se eu afastar toda a prova de interceptação telefônica a investigação pode ficar reduzida a zero”, afirmou.
Ele disse que, diante das “conseqüências do pedido”, irá submeter o habeas corpus à 3ª turma do tribunal, sem conceder liminar (decisão provisória). Esse julgamento poderá ocorrer na próxima segunda-feira (4).
Da redação Walter Lima /  Nathalia Passarinho
Do G1, em Brasília / Twitter.


Nenhum comentário: